História da Cannondale

Cannondale…Desafiando o Convencional

Desde um modesto início num sótão por cima de uma fábrica de pickles até um lugar de vanguarda na inovação tecnológica, este é o trajecto fascinante da Cannondale. Um trajecto em busca da mais apurada experiência velocipédica possível e um que promete estar ainda no seu início.

 

Agora um pouco de história.

A Cannondale dá os seus primeiros passos no inverno de 1970, à mão de Joe Montgomery. As suas instalações iniciais consistem num sótão por cima de uma fábrica de pickles ao lado de uma linha de comboio. Depois de duas semanas e meia de actividade nesse sótão sobrelotado, um empregado chamado Peter (que continua com a  Cannondale hoje em dia) é enviado à cabina telefónica do outro lado da rua para pedir a instalação dum telefone. Quando a senhora do lado de lá da linha pergunta o nome da empresa, o jovem olha para a tabuleta do apeadeiro da terriola de Cannondale, Connecticut, e responde: “hã, que tal Cannondale Corporation?”         Folheando os catálogos dessa década, ficaremos surpreendidos ao não encontrar uma única bicicleta da marca. Em seu lugar estão muitos artigos de campismo e montanhismo: mochilas, tendas e até sacos-cama. Os artigos de ciclismo existentes são sistemas de alforges e vários modelos de atrelados para cicloturismo, os primeiros da indústria.

A companhia progrediu durante os anos iniciais ganhando uma reputação de inovação e qualidade. Em 1977 abriram a sua fábrica de Bedford, Pennsylvania, aproveitando um antigo terminal de camionagem. O número de empregados era de apenas sete.              

A primeira bicicleta Cannondale viu a luz em 1983. Este modelo de cicloturismo, a ST500, despertou o interesse graças ao seu quadro em alumínio leve e rígido, invulgar numa indústria dominada pelo aço. Logo de inicio a marca apostou em tubos de alumínio de diâmetro considerável, tendo eventualmente acabado por se tornar o primeiro produtor em massa de quadros neste material. A leveza e rigidez superiores aos quadros de aço contemporâneos criaram uma legião de imitadores desta fórmula de sucesso. À ST550 seguiu-se uma bicicleta de estrada e em 1984 uma de montanha.

Este primeiro modelo de terra, o SM500, usava uma roda dianteira de 26 polegadas e uma traseira de 24 polegadas. A esta configuração invulgar juntou-se um travão traseiro de BMX pouco eficiente. Outros componentes eram mudanças Shimano Deore XT, pedaleira Sugino Aero Tour, espigão de selim de BMX , e selim com molas “pasteleira style”. Elegante ou não, a SM500 marca o nascimento

 

das bicicletas em alumínio oversize produzidas em massa que todos conhecemos. Em 1986 a roda traseira de 26 polegadas já aparce nalguns modelos, mas o eixo pedaleiro e a testa de direcção continuam a altitudes estratosféricas.

1991 foi um ano marcante onde, pela primeira vez as bicicletas de montanha apareceram à frente das de estrada no respectivo catálogo. Além disso, surge a Cannondale E.S.T, a primeira com suspensão total. A suspensão dianteira ainda estava na sua infância e assim encontramos nesta E.S.T um avanço Girvin Flex Stem a absorver os choques da forqueta rígida Pepperoni, construída em alumínio. No ano seguinte, a suspensão tornou-se verdadeiramente total com o aparecimento da forqueta Delta V. Esta forqueta baseada na rígida Pepperoni possuía o mecanismo de amortecimento alojado dentro de uma testa de direcção alargada. Uma mola de ar com amortecimento hidráulico ajustável fornecia duas polegadas de curso à forqueta, que deslizava em quatro conjuntos de rolamentos e agulhas.

Em 1993, pelo terceiro ano consecutivo, a suspensão total roubou as atenções. Uma plataforma redesenhada, intitulada Super V, ganhou o seu nome graças ao quadro em V. Na nova escora actuava um amortecedor Fox. Por esta altura, a esmagadora maioria dos modelos ainda se encontravam equipados com manípulos do tipo thumb shifter, aquelas manivelazinhas por cima do guiador.

Outros tempos…A linha de componentes CODA da casa expandiu-se, com uma variada oferta em cores anodizadas. No ano seguinte, surgiu a suspensão dianteira Headshok, que substituiu a Delta V.

O logótipo do Brad, uma cabeça com uma capacidade craniana descomunal, tornou-se sinónimo de avanço tecnológico. Uma colaboração com a firma Magic Motorcycle produziu os crenques CODA, a peça de sonho da altura, e o protótipo V4000 com uma forqueta de perna única.

Em 1995, já eram oferecidos 23 modelos diferentes, a equipa Volvo/Cannondale fazia furor nas pistas graças a atletas como Tinker Juarez (que ainda hoje corre com bicicletas Cannondale) Missy Giove ou Alison Sydor. No ano de 1997, surgiu a Super Raven com uma espinha de alumínio revestida com conchas de carbono. Em 98, encontram-se já dois modelos de freeride Super V, com a nova forqueta Moto FR. Todos os modelos Super V já possuem fixações para travões de disco.

Em 2000, surge a forqueta Lefty e algo completamente inesperado, a mota de cross Cannondale E440.

A empresa investiu bastante no seu desenvolvimento e numa fábrica nova e, depois de resolvidos alguns problemas de motor as vendas dispararam.

 

Infelizmente a mota tinha um custo de produção muito alto e a marca perdia dinheiro em cada uma, o seu sucesso de vendas acabou por a matar. A E440 era uma máquina excêntrica e excitante, uma peça fantástica de alta qualidade.  

Construída a partir do zero nos Estados Unidos, equiparou-se ao melhor dos grandes fabricantes Japoneses e Europeus. No entanto, as perdas da divisão motorizada foram grandes e arrastaram toda a marca para a falência em 2003. Nesse ano a Cannondale foi adquirida pela Pegasus Capital Advisors que apoiou a renovação no foco da empresa na produção de bicicletas.

Recentrada nas bicicletas, em 2008 foi novamente vendida e comprada pela Dorel Industries e a marca encontra-se de novo à frente do pelotão, impulsionada por soluções técnicas radicais e inovadoras.

Do ponto de vista desportivo, a Cannondale tem tido desde sempre uma posição de destaque, quer ao nível da vertente do ciclismo de estrada, quer ao nível do BTT, com diversas presenças e troféus ganhos.

Depois deste ano a Liquigas, equipa Italiana de ciclismo ter conseguido 2 vitórias importantes em provas UCI Pro Tour, quer no Giro d’Itália, com a vitória de Ivan Basso, quer com a vitória na Vuelta a España por parte de Vincenzo Nibali, com os ciclistas a utilizarem as bicicletas de topo da marca, as SuperSix Hi-Mod, a  Cannondale até então e desde há quatro anos o parceiro técnico desta equipa, passa na época de 2011 a ser o Co-Sponsor da Liquigas Pro Cycling Team, ficando a sua designação para Liquigas-Cannondale Pro Tour Team . Este passo na parceria irá cimentar ainda mais a relação entre as 2 entidades, combinando ciclistas de topo mundial com as melhores bicicletas construídas pela marca, garantindo a evolução de ambos a vários níveis, sendo uma óptima forma de a Cannondale promover ainda mais a sua marca, quer do ponto de vista de Marketing e Vendas, quer do ponto de vista técnico.

 

 

Em relação à vertente BTT a Cannondale conta com a equipa Cannondale Factory Team, que possui experientes riders tais como, Martin Gujan, Marco Fontana e Manuel Fumic, estando também presente no US Circuit pelos atletas Jeremiah Bishop e Tinker Juarez.

 

Em 2011, todos estes riders irão competir nas Taças do Mundo e em outras disciplinas, como as provas de Ciclocross, provas de grande distância, como em outros eventos de BTT que se realizam um pouco por todo o mundo. Cada atleta terá também como esperança e objectivo fazer parte dos Jogos Olímpicos de Londres em 2012.

Todos eles terão acesso a bicicletas Cannondale, cujos modelos dependerão da respectiva prova, estando no entanto incluídos os modelos, Scalpel, Flash, Flash29, SuperSix and CX9.

A nível nacional, o atleta Vítor Gamito, que nos últimos anos se tem dedicado à vertente BTT, irá utilizar na próxima época, bicicletas Cannondale, modelos Flash e Scalpel, fruto da parceria entre o atleta e a Bikezone.

Como conta no seu blog, “…Depois de 10 anos de interregno, regresso à minha marca preferida de bikes - Cannondale. Foi com a Cannondale que venci a Volta a Portugal 2000, para além de muitas outras provas de estrada. Nessa altura tinha também uma de BTT (a F700).

Num tempo recorde de apenas 2 dias, eu e a BIKEZONE, chegámos a um acordo de parceria. Durante pelo menos um ano, irei receber apoio da maior rede nacional de lojas de bicicletas. O meu agradecimento ao Sr. Vitor Sá e à Cannondale, pelo voto de confiança.

Neste momento, e enquanto não chegam os modelos 2011, a BIKEZONE está a preparar-me uma FLASH de 2010 para começar já adaptar-me ao modelo.

(Acima foto da bike que Vítor Gamito irá utilizar em 2011, já preparada pela Bikezone). 

Para além da Flash, encomendei também uma Scalpel. Pois, não conheço ainda o comportamento da Flash, e não sei se será indicada para terrenos mais agrestes ou provas mais longas…”

A grande quantidade de modelos emblemáticos com o nome Cannondale e a longa lista das suas vitórias, na terra ou em estrada, provam a grandeza da marca da fábrica dos pickles.